Um passageiro elegante desce do trem sempre com o mesmo bilhete — sempre em Itiúba, sempre perdido, sempre como se chegasse pela primeira vez. Enquanto todos parecem ignorá-lo, apenas um homem percebe que algo se repete ali com exatidão inquietante. Entre trilhos antigos e horários que não falham, o mistério não está no trem que chega… mas no motivo de ele voltar.
Um homem comum some no exato minuto em que sua rotina sempre o levava ao mesmo lugar — como se tivesse escorregado para fora do próprio mundo. Entre uma van sem placa, denúncias que não deveriam existir e uma pousada que ninguém consegue reencontrar, fica a pergunta incômoda: quando alguém evapora, será fuga… ou passagem para algum lugar que não admite retorno?
Uma sequência de mensagens revela uma voz que começa tímida, cresce em devoção e termina devorando a realidade. Entre declarações carinhosas, vigilância obsessiva e delírios que se confundem com cuidado, o amor vira justificativa para controle — e depois, para algo ainda pior. O terror aqui não está no que é dito, mas no que se insinua por trás de cada palavra que a vítima nunca chegou a ler.
Numa casa tomada pelas lembranças de São João, dona Josefa começa a sumir aos poucos — e uma velha fotografia na parede parece acompanhar seu desaparecimento. Entre mofo que avança como se tivesse vontade própria e memórias que não querem morrer, o mistério nasce no ponto exato onde a imagem e a vida começam a se apagar ao mesmo tempo.
Quando seu Alípio desaparece, Lajedo do Alecrim começa a se esvaziar de um jeito que ninguém consegue explicar. Um rapaz surge mutilado, crianças somem, animais fogem — e a velha casa do homem permanece ali, repelindo qualquer aproximação. Entre rumores de bicho, maldição e delírio coletivo, o terror está menos no que atacou o povoado e mais no que ficou morando entre as paredes daquela casa que parece viva… e faminta.
À beira da estrada, a velha casa parece apenas mais um resto de paredes sem dono. Mas quem atravessa aquela porta descobre que ali o tempo nunca passou — apenas se repete. Sempre a mesma cena, sempre o mesmo ciclo, como se a casa escolhesse quem entra e quem sai… e quem deve voltar. No fim, ninguém sabe ao certo se é o morador que encontra o cachorro, ou se é a casa que encontra ambos.
Um homem atormentado pelo medo de ser sepultado vivo aceita, por desespero, um ritual improvisado para provar a si mesmo que nada havia a temer. Mas quando a terra começa a descer e o ar a faltar, descobre que alguns pânicos não nascem dos sonhos — nascem do que a gente deixa que os outros enterrem por nós.
Um clube clandestino nascido no pós-guerra parisiense abriga rituais de luxo e depravação sob máscaras impecáveis. Entre salas proibidas, fantasias inconfessáveis e corredores que parecem mudar de forma, um desaparecimento finalmente revela que o verdadeiro horror não estava escondido — apenas disfarçado.