MÃOS FRIAS

Uma casa silenciosa. Um homem exausto, preso entre a solidão e a saudade.
Durante noites seguidas, ele deixa o portão entreaberto — esperando algo que talvez nunca volte.

Até que, numa madrugada em que decide desistir da própria dor, o portão finalmente se move.
Passos entram. 

Um perfume familiar. Uma luz estranha.

Ele não consegue levantar-se para ver quem chegou.
Só sente, no instante final, duas mãos frias tocando sua face.